“Outra inovação, sem dúvida uma das mais criativas e de maior impacto, é a linguagem sonora criada por Cecilia Conde. Não se pode falar, propriamente, em música, embora a trilha comporte algumas músicas deliciosas – um iê-iê-iê, um maxixe, um hino litúrgico; mas a parte mais interessante da pesquisa sonora é constituída por uma variadíssima série de ruídos, abstratos ou concretos, praticamente todos eles (com exceção de uma gravação ampliada de batidas cardíacas) produzidas pelos próprios intérpretes, com a boca, os pés, as mãos. Contribuindo decisivamente para a criação do clima ritual pretendido pelo diretor, a ambientação sonora assume a importância de uma autêntica respiração do espetáculo – uma respiração agitada, nervosa, perturbada e perturbadora”.

YAN MICHALSKI
Jornal do Brasil
(26/09/1968)